- Preciso acordar... Um, dois, três e já!
Nem sempre isso é tão fácil. A paisagem vista através da janela do automóvel, tendo a lua como fundo, transforma a vida em um grande e infinito deserto. Um bocejo e já é noite. O frio castiga toda a extensão da carne cansada de tanta censura. Frágil coração iludido com os dias.
- O sexo, o amor, a mulher... Renúncias e mais renúncias na vida de um homem doente e insano.
?Sabe quando tudo parece perder o sentido¿ ?Aquela sensação de vazio e ansiedade¿ Sim, acordar e ver o nada refletido no espelho!
Tão bonito, tudo tão sensual e distante. Ah, me lembro dos momentos em que buscava seus olhos naquela inocente brincadeira de se apaixonar.
Encantos... Foram tantas as vezes em que me vi seguindo a rebeldia de seu cabelo e, sem esperar, recebi de volta um olhar tímido, daqueles que tentam despistar o desejo e adiar o prazer.
- Acredito!
Sou um deus no conforto escuro e solitário do meu quarto.
- Busco a luz!
Linhas e mais linhas rabiscadas à caneta tecem a liberdade e a incrível expectativa do beijo. Hum... O sabor! Sempre escutei os loucos por suas canções e cartas, mas não os compreendia. Agora entendo, essas são as surpresas do amor!
Enfim, após um forte abraço a longa estrada me espera. O caminho de volta para casa. Curvas que sempre mostram o futuro alí, logo a minha frente. ?Onde estou¿ ?Onde estarei¿ ?Quando¿ ?Como¿
- Km 45, estou quase lá!
Ah! Um dia desses, iluminado pela luz da lua, tomo coragem e, com passos calmos e toda a suavidade das nuvens, chego bem perto do seu ouvido e recito tudo o que está guardado, há algum tempo, aqui dentro. O cheiro do abraço, o sabor de suas palavras, a emoção dos sentimentos.
Adianto, assim, com flores e chocolate: Serão versos doces, sonhos e muitas noites a contar estrelas!
- 10:33 pm, hora de acordar!
- Bem-vindo ao mundo real!
- Adeus!
ps: algumas doses de anilorac e horas de insônia
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
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